// Espetáculos Realizados
REPERTÓRIO
OS PÁLIDOS
2016
O espetáculo Os Pálidos foi criado a partir de dois polos: a relação com a espectação (já experimentada em outros trabalhos do grupo) e a reflexão sobre o momento atual do Brasil.
Tendo como ponto de partida dois clássicos de Luis Buñuel: O Anjo Exterminador e O Discreto Chame da Burguesia, Os Pálidos reflexiona sobre estados de inércia, paralização e anestesia em um ato urgente de pensar o mundo e a cena.
A peça, com texto e direção de Sueli Araujo, acontece em dois ambientes simultaneamente, dividindo a plateia e propondo um diálogo permanente com o público, recortando-o e sugerindo todo tipo de cisão. Em cena, ao invés de personagens tradicionais, os atores exploram vozes contraditórias, visões de mundo e formas de pensamento e conduta que tentam forjar uma atitude, construir um gesto que faça a diferença no mundo. Porem, são seres paralisados, medicados e em estado de absoluta suspensão. Em dissonância a este estado das coisas, a cena é revestida com diversos tipos de plantas, investindo na possibilidade de percepção da vida para além da quase morte e apatia das figuras da montagem.
Ao mesmo tempo em que o espetáculo aciona um tipo de humor desestabilizante e estabelece pontos de relação com o espectador, cria espaços de discussão sobre criação de condições de sobrevivência e de formas de estar junto. São situações em que um tipo de micropolítica está sugerida.
Em Os pálidos, artistas e público, buscam saídas e entradas em um jogo potente de presença. Trabalha com a ideia de que, segundo Eliane Brum: estamos “Esvaziados de ilusões e de formas, aquele que precisa construir um rosto tem medo. Em vez de disputar democraticamente, o que dá trabalho e envolve perdas, prefere o caminho preguiçoso da adesão. E adere àquele que grita, saliva, vocifera, confundindo oportunismo com força, berro com verdade.” É sobre o contexto atual que vivemos e sobre escolhas.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Os Pálidos, 2016. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
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IMPRENSA
"Trocando em Miúdos: Os Pálidos, peça da CiaSenhas de Teatro, cria um espaço disponível para o encontro, para a interação humana e para a re-significação de agentes e situações artísticas/políticas a partir do deslocamento de cinco figuras buñuelescas.
...Ao “instrumentalizar o nosso tempo” sem, necessariamente, ser um “editorial dos nossos problemas”, assim como a obra de Buñuel, Os Pálidos surge como um mecanismo de resistência e subversão porque é apresentada como a possibilidade de alterar as formas de ser/estar no espaço coletivo, propondo uma percepção diferenciada do “mundo”- que contempla desde a rua em questão até geografias e territórios outros. Ao revelar as contradições existentes em um discurso “burguês” que percebe “perturbações” em todo o lugar, a peça promove a alteração de certa “organização” e de certa “ordem” com que o “sensível” é visto, significado e transmitido, também por conta de um deslocamento do próprio público, dividido em dois grupos. O micro estabelecendo relações com o macro. O país sendo discutido a partir de um cenário aparentemente restrito.
É instaurada a ruína de um sobrado burguês no qual a voz e o corpo centralizam discussões que parecem ter como destino revelar a naturalidade com que perpetuamos as injustiças. Às vezes, sem nem mesmo percebermos suas existências e, às vezes, ainda, com o prazer sádico de se saber injusto." – Por Francisco Mallmann / A Escotilha - 15/09/2015
"Com palavras certeiras na dramaturgia, Sueli Araujo faz um espetáculo político calcado num estranho humor. As palavras é que riem, como no jogo “somos pardos – parvos – pálidos”, mas nunca é um riso fácil ou descompromissado. A própria estética da CiaSenhas, de um cuidado minucioso com figurinos, cenários e ocupação do espaço, atesta contra o chamado “jeitinho brasileiro”." – Helena Carnieri / Agora Crítica Teatral – 14/09/15
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e Direção: Sueli Araujo
Atuação: Anne Celli, Ciliane Vendruscolo, Greice Barros, Luiz Bertazzo, Rafa di Lari e Sueli Araujo
Direção de Movimento: Cinthia Kunifas
Cenário e Figurino: Paulo Vinícius
Designer de Som: Ary Giodani
Designer de Luz: Wagner Corrêa
Direção de Produção: Marcia Moraes
Produção Executiva: Edran Mariano
Assistente de Produção: Mariana Freitas
Designer Gráfica: Adriana Alegria
Assessoria de Imprensa: Fernando de Proença
Fotografia: Elenize Dezgeniski