// Espetáculos Realizados
REPERTÓRIO
OBSCURA FUGA DA MENINA APERTANDO SOBRE O PEITO UM LENÇO DE RENDA
2014
Obscura fuga da menina apertando em seu peito um lenço de renda é o segundo texto do autor argentino Daniel Veronese encenado pela CiaSenhas de Teatro. O espetáculo apresenta ao espectador a ideia de um teatro seco, presente em todas as dimensões da encenação, assinada por Sueli Araujo. O objeto dramático é exposto despudoradamente, permitindo uma variação constante de possibilidades expressivas não convencionais onde a subjetividade entra em contraste com a objetividade da cena teatral.
Em cena um pai e uma mãe se debatem com as incertezas que envolvem o repentino desaparecimento de Martina, sua filha. As recordações e recriminações são os topos das lamentações e desesperos gerados pela ausência da filha. As duvidas aumentam com a chegada de um namorado secreto, uma amiga-namorada e um carteiro.
A busca de um culpado e a ausência de explicação sobre o desaparecimento da personagem provocam situações grotescas onde cada um tenta sobrepor sua justificativa sobre a realidade da perda imanente, expondo a disputa pelo amor e a dificuldade de aceitação da perda. Os personagens oscilam entre o desespero e o patético em universos contraditórios criados para suportar a Perda, representada pela ausência de Martina.
O universo fictício proposto pela obra se estabelece como impossibilidade entre o real e a representação. A narrativa será conduzida por personagens em estados emocionais alterados cuja dilaceração psíquica está relacionada a momentos de grandes perdas e desolação.
No texto Equívoca fuga de Señorita, apretando um pañuelo de encaje sobre su pecho (título original) o autor expande a fronteira entre o lírico e o grotesco, narrativa e drama, personagens e atores. A insinuação entre realidade, mentira e verdade serve como estratégia para impulsionar novas percepções sobre a complexidade do universo proposto em seus textos.
Em Obscura fuga da menina apertando sobre o peito um lenço de renda, a plateia e os atores habitam um espaço de tensão entre real e ficção. É nas alternâncias do público como espectador de uma fábula insolúvel ou cúmplice da percepção da realidade dos afetos que a dimensão universal e contemporânea se estabelece.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
Obscura Fuga... 2014. Fotografia de Elenize Dezgeniski.
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CLIPPING
Imprensa
“...A atuação, principalmente no registro que Greice Barros e Luiz Bertazzo atingem nos papéis de pai-mãe, é construída a partir de estados emocionais contraditórios e simultâneos, friccionados entre a contenção e o transbordamento, como se seus corpos pudessem ser divididos em dois: uma metade que se protege, cujos gestos são extremamente comedidos, e outra que não é mais capaz de reter a emoção que insiste em vazar pelos olhos, como se algo que quisessem esconder escapasse mesmo que contra a vontade. Estados emocionais levados ao limite, mantidos à beira do insuportável e prestes a serem detonados...” – Por Soraya Belusi – Blog Horizonte da Cena
FICHA TÉCNICA
Texto: Daniel Veronese
Direção: Sueli Araujo
Tradução: Isabel Cristina Jasinski
Atores: Ciliane Vendruscolo, Greice Barros, Luiz Bertazzo, Kenni Roger e Rafael di Lari
Preparação Corporal: Cinthia Kunifas
Iluminação: Wagner Corrêa
Figurino: Amábilis de Jesus
Cenário: Paulo Vinícius
Maquiagem: Marcia Moraes
Desenho de Som/Trilha Sonora: Ary Giordani
Direção de Produção: Marcia Moraes
Assistência de Produção: Edran Mariano
Assessoria de Imprensa: Fernando de Proença
Programação Visual: Adriana Alegria
Fotografia: Elenize Dezgeniski